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A importância de falarmos sobre o suicídio o ano todo



Por Elaine Medeiros


A Campanha Setembro Amarelo terminou, mas a necessidade de prevenção e alerta sobre os fatores que podem levar uma pessoa ao suicídio precisam continuar. Afinal, é preciso haver a consciência de que a saúde emocional e o bem-estar são fatores determinantes para uma vida mais saudável.

Foram diversas ações realizadas pela Mental Clean, tais como: palestras online e presenciais, workshops e treinamentos para lideranças e colaborares.


No caso da empresa JCB (foto ao lado), foram cinco palestras sobre o “Setembro Amarelo”, realizadas pela psicóloga Patrícia França, especialista da Mental Clean, para 500 funcionários, E pelas dúvidas e comentários recebidos foi possível comprovar ainda mais que os casos de tentativas de suicídio estão por toda parte, bem mais próximo do que as pessoas imaginam.


É o terceiro ano consecutivo que desenvolvemos essas ações na empresa e foi possível perceber o quanto os colaboradores se envolvem e valorizam esse espaço. Ações como essa promovem também maior Segurança Psicológica dentro do ambiente corporativo, ao ponto das pessoas se abrirem para expor questões delicadas entre os seus colegas. Foi muito positivo perceber como eles foram respeitados e acolhidos uns pelos outros”, descreve Patrícia.


No Brasil, o total de suicídios dobrou de cerca de 7 mil para 14 mil casos, nos últimos 20 anos, conforme os dados do Datasus, órgão da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde. E este número pode ser ainda maior devido aos casos subnotificados que não chegam a ser registrados.

“Durante toda a palestra muitas pessoas queriam falar. Isso demonstra a importância que esse assunto tem não somente no mês de setembro, mas todos os dias de nossas vidas. Foi possível perceber também que muitas pessoas passam por esse problema e não tinham a menor ideia, por exemplo, de que estavam com um início de depressão. Particularmente aprendi que há vários tipos de transtornos mentais e que a depressão mostra pequenos sinais como ansiedade, tristeza em vários períodos do dia, nervosismo, e que a pessoa precisa aceitar que está doente para poder se curar e permitir que as pessoas a ajude”, explica Sidney Andrade de Almeida, mecânico montador da JCB, participante de uma das palestras.


Além desses fatores é preciso levar em conta que por trás de um comportamento suicida há também uma combinação de fatores biológicos, emocionais, socioculturais, filosóficos e até religiosos, que quando misturados na cabeça podem levar a uma “explosão de emoções negativas” contra si mesmo.


“Esse tipo de evento nos incentiva a fazer um encontro com o nosso próprio eu e entender as significâncias e significados. Trata-se de um momento de reflexão sobre a vida, que eu paro para pensar e ouvir porque ali a gente acaba tendo um pouco da escuta em relação a dor do outro ao ponto de nos igualarmos. Esse tipo de ação realmente oferece bastante segurança”, afirma Marilei Ferreira, especialista de RH e apoio psicológico da JCB.


Portanto, trata-se de um problema de saúde pública, ainda que muitas pessoas evitem falar sobre esse assunto, geralmente por medo, desconhecimento ou por não conseguirem perceber os sinais de que alguém próximo está com ideias suicidas.


“Uma ação como essa, em um ambiente em que você dá a oportunidade para as pessoas falarem, serem ouvidas, sem nenhum tipo de julgamento, reforça essa questão de continuarmos sendo uma empresa em que todos são tratados da mesma forma. Temos aqui um canal aberto, que cuida e acolhe. Este é o nosso principal objetivo, fortalecer um ambiente de trabalho saudável em que a pessoa se sinta cada vez mais cuidada”, completa Joseilton Oliveira, supervisor HSE da JCB.


E lembre-se: a melhor forma de prevenção ainda passa por um papo aberto, ouvidos atentos e acompanhamento psicológico somado ao apoio dos amigos, colegas de trabalho e familiares.


E não esqueça, se precisar de ajuda entre em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende pelo 188 ou chat disponível no site www.cvv.org.br.


Leia mais:


Setembro Amarelo: como ajudar?



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