Como lidar com os conflitos no ambiente de trabalho

Uma gestão eficiente pode evitar conflitos, porém, existem fatores pessoais que determinam a frequência dessas ocorrências. E isso depende de como cada pessoa enxerga a si mesma, os outros e as relações com as quais interage.

Um indivíduo aprende a solucionar conflitos ainda na infância, observando modelos e aprendendo a lidar com aquilo que sente.

Líderes que sabem solucionar conflitos contribuem para um ambiente de trabalho saudável e seguro para que os colaboradores expressem suas ideias e opiniões, numa construção conjunta de pontes ao invés de muros.

Porém, os atritos são inevitáveis, já que há diferentes formas de se enxergar e abordar as situações que se apresentam no dia a dia e que envolvem também aspectos pessoais e emocionais, além da própria cultura organizacional.

Quando o líder está atento a essa movimentação, a partir de atitudes proativas, os resultados são benéficos para todos os envolvidos. A gestão eficaz dos conflitos estimula o desenvolvimento das pessoas e das empresas, pois funcionários satisfeitos e felizes são engajados e mais produtivos.

De acordo com a Psicóloga e especialista da Mental Clean, Andressa Dela Justina, há um aspecto saudável nos conflitos. “Quando há um desentendimento é sinal de que alguma mudança precisa acontecer, seja em um processo, em uma norma, em um jeito de se comportar”, explica Andressa.

Embora em um primeiro momento pareça algo negativo, essas divergências, na verdade tratam-se de oportunidades para se conhecer mais sobre si mesmo e sobre as outras pessoas com as quais nos relacionamos.

“Uma situação de conflito pode impulsionar uma necessidade de compreender melhor aquilo que a pessoa sente, o que a incomoda, como ela lida com sentimentos e emoções e a capacidade de gerir o que sente ao se expressar em seus relacionamentos”, diz a Psicóloga da Mental Clean.

Exemplificamos algumas situações que podem gerar conflitos nos ambientes de trabalho:

  • Quando as pessoas emitem opiniões diferentes sobre determinados assuntos ou projetos;
  • Quando existe um protocolo organizacional ao qual membros da equipe não concordam;
  • Nos relacionamentos interpessoais motivados por senso de injustiça, falta de valorização e muita pressão;
  • Quando pessoas da equipe possuem o hábito de dar indiretas, têm dificuldade em se posicionar, de dizer não e de impor limites;
  • Uma conversa em que se utiliza um tom de voz ríspido ou autoritário, uma postura crítica ou de julgamento.

Uma conduta assertiva do líder para administrar esses entraves proporciona um ambiente de trabalho mais dinâmico e criativo. O modo com que o gestor enfrenta os problemas serve de modelo para a equipe e “dá permissão” para que as pessoas copiem esse estilo de atuação.

“Cabe ao líder identificar quais são os conflitos que ele mesmo precisa solucionar e quais seriam mais benéficos delegar para que a equipe resolva. Com isso, ele dará a oportunidade para que os colaboradores aprendam com os problemas que surgem, ao mesmo tempo em que estimula a autonomia do time”, pontua a especialista da Mental Clean.

Como gerenciar esses atritos?

Para gerenciar um conflito é necessário primeiro entender quais são as causas que o motivaram, os interesses e as expectativas que não foram atendidas, assim como fazer combinados que respeitem o interesse dos envolvidos. É fundamental que as resoluções sejam comunicadas de forma direta, clara e transparente.

“Um confronto só é resolvido quando todas as partes decidem e concordam com a solução definida. Se uma das partes envolvidas descumpre o que foi combinado, é sinal de que houve falha”, ressalta Andressa.

Elaboramos algumas estratégias que podem ajudar os gestores a alcançar performances eficazes em situações de conflitos no ambiente de trabalho:

  • Realize reuniões com frequência, abrindo espaço para que os colaboradores possam expressar suas opiniões e sentimentos, mantenha uma escuta ativa genuína;
  • Estimule o diálogo entre os membros da equipe e, sempre que possível, tomem decisões em conjunto sobre novos projetos e ações;
  • Estabeleça uma comunicação clara e objetiva: ruídos na comunicação pode prejudicar todo o processo de trabalho na organização, além de gerar desentendimento entre os colaboradores.
  • Dê feedbacks focados: comece pelos resultados positivos que seu colaborador alcançou, elogie e enfatize o quanto isso foi importante para o crescimento global da empresa.
  • Observe o comportamento do time: reuniões improdutivas, fofocas e atrasos nas entregas são sinais de que algum problema precisa ser resolvido;
  • Fique atento: gestor que investe no autodesenvolvimento, que tem autocontrole sobre sentimentos e emoções pessoais, que respeita a si mesmo e as outras pessoas, serve de modelo para que os demais sigam seu exemplo.

Em uma breve consulta pelos dicionários disponíveis na internet podemos constatar que o oposto de conflito é acordo, conciliação, concordância, além de sentimentos como amizade, simpatia e qualidade como sintonia.

A meta de uma resolução de conflito satisfatória sugere que essa multiplicidade de palavras possa se misturar e coexistir pacificamente, e que cada profissional, como pessoa única, seja valorizado e reconhecido em seus sentimentos e necessidades.

O resultado se traduz em clima organizacional harmônico, time com autonomia, colaboradores engajados, eficientes e mais felizes.