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Como podemos reduzir os problemas com a saúde mental no trabalho?




A pandemia deixou algumas lições e rotinas que vieram para ficar. Uma delas, sem dúvida, são os novos modelos de trabalho, que hoje se dividem em presencial, híbrido e remoto. Cada um com os seus desafios, mas com uma questão em comum: os cuidados que é preciso ter com a saúde mental do trabalhador.

De acordo com a pesquisa divulgada pela Isma-BR, representante nacional da International Stress Management Association, em 2021, nove em cada dez trabalhadores brasileiros apresentam algum sintoma de ansiedade e 47% sofrem com algum nível de depressão.

O curioso é que somado a esse cenário, a consultoria Mercer constatou no mesmo ano que apenas 18% das empresas têm um programa de cuidado com a saúde mental dos seus colaboradores.

Para Fatima Macedo, psicóloga e CEO da Mental Clean, consultoria especializada na saúde mental do trabalhador, a saúde emocional costuma ser atingida gradualmente, por meio de um processo em que se esgotam os recursos para lidar com as frustrações e as tristezas do dia a dia, e tem a ver com a dificuldade das pessoas em falar e compartilhar a sua dor.

“Quando o colaborador fala de algo muito difícil que está vivendo e se sente acolhido, com palavras de apoio, carinho e interesse, a dor deixa de ser tão condensada, mas as pessoas ainda têm dificuldade para fazer isso, por causa do preconceito. É como se o ambiente de trabalho ainda fosse blindado e elas sentissem que precisam usar uma máscara social dentro desse espaço para que ninguém conheça suas vulnerabilidades e isso não interfira na própria imagem, ao ponto de perder oportunidades”, explica Fatima. Para evitar que isso aconteça, as empresas e seus líderes podem contribuir, adotando algumas medidas, como por exemplo:

  • Após o término do expediente evitar o envio de mensagens ou e-mails extras;

  • Respeitar as limitações que cada um possui para executar suas tarefas;

  • Incentivar as pausas saudáveis (em média 3 minutos) que é preciso haver entre uma atividade e outra;

  • Evitar o excesso de reuniões em um só dia, considerando o tempo de produtividade que o colaborador precisa ter para executar o restante das suas tarefas e as situações que poderiam ser substituídas por um simples e-mail.

Tudo como forma de evitar o esgotamento emocional, o estresse exacerbado, o acúmulo de tarefas, entre outros adoecimentos mentais como: depressão, Burnout, ansiedade aguda e demais sintomas relacionados à fadiga e sobrecarga no trabalho, que impactam não só na produtividade ou nos resultados da empresa, mas também no ambiente de trabalho e na vida pessoal do colaborador. O que fazer para virar essa chave? Tornar corriqueira as questões sobre saúde mental, ao ponto de fazer parte da cultura de uma empresa, pode ser o primeiro passo, além da atitude mais humana a fazer.

Todos somos seres humanos, repletos de vulnerabilidades, que fazem parte da nossa essência e podem se tornar oportunidades, dependendo da maneira como são encaradas.

No livro “A coragem de ser imperfeito – como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é”, da autora e pesquisadora norte-americana Brené Brown, ela é categórica ao afirmar:

“Quando a vergonha se torna um estilo de gerenciamento, a motivação vai embora. Quando errar não é uma opção, não existe aprendizado, criatividade ou inovação. (...) A vulnerabilidade é o caminho que nos leva a uma vida plena, é o que nos faz sentir vivos. Entender nossas questões, medos e fazer as pazes com eles”, afirma a autora.

É por isso que expor uma fragilidade e pedir ajuda, sempre que preciso, na verdade deve ser encarado como uma atitude de coragem e reconhecimento de que algo pode ser feito de forma diferente ou mudar para melhor. E as empresas precisam olhar mais para si e verificar de que forma isso tem sido feito internamente.

“A construção das relações de confiança entre colaboradores e empresa é uma via de mão dupla. Por um lado, precisamos mapear se o medo de ser demitido, descartado ou de não ter sua dor validada faz sentido, ou se é um medo natural, visceral, pessoal. Pelo outro, o funcionário precisa buscar seu tratamento, se preciso, entendendo que deve ser o protagonista desse processo”, defende Fatima.

E tanto de um lado, quanto do outro, a Mental Clean pode contribuir com orientações, dicas, palestras, workshops e atendimentos especializados. Quer saber mais? Entre em contato.


Por Elaine Medeiros, jornalista e psícóloga

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