Dependência química: um problema meu, seu e de todos nós

Faltas, erros, dificuldades de relacionamento, indisciplina, baixa produtividade, comportamentos de risco. A dependência química pode estar por trás dos inúmeros problemas que uma pessoa pode ter, dentro ou fora do ambiente de trabalho.
É por isso que a Organização Mundial da Saúde estabeleceu o Dia Internacional de Combate às Drogas, em 26 de junho, como forma de conscientizar a população global sobre as consequências sociais que o uso dessas substâncias gera em todo o mundo.
Para que se tenha uma ideia do cenário atual, as drogas ilícitas (como a maconha, solventes/inalantes, cocaína, crack, entre outras) ocupam o terceiro lugar entre as causas de ausências no trabalho e são as razões mais frequentes dos acidentes que ocorrem durante o trajeto entre a casa e o trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Portanto, a dependência química (que inclui também o uso demasiado de álcool e tabaco, entre outras substâncias) está presente em grande parte dos núcleos familiares e precisa ser encarada e discutida como uma doença que pode ser tratada.
Dentro ou fora das empresas, esse diálogo pode começar, por exemplo, com um trabalho de prevenção, envolvendo as lideranças, familiares e suporte psicológico. E dependendo do tratamento, que será indicado de acordo com o tipo de substância e o grau de tolerância ingerida, algumas pessoas podem inclusive retomar as suas atividades laborais.
Sinais que indicam possíveis problemas
No caso do alcoolismo, a percepção de que uma pessoa precisa de ajuda fica mais visível por conta do odor ou do estado de alteração do seu comportamento. Já no caso da maconha, a substância costuma deixar o usuário mais lento, com perda de memória e dificuldade de concentração, que pode interferir no convívio.
De forma geral, é preciso estar atento também a outros sinais como: mudança brusca de humor sem motivo aparente, isolamento, descuido exagerado com a aparência, irritações desproporcionais, entre outras oscilações.
Como ajudar?
A dependência química é uma doença que tem tratamento, geralmente realizado por equipes multidisciplinares, envolvendo por exemplo: psicoterapia, desintoxicação, medicamentos e até internação, dependendo do caso.
Mas para o sucesso desse trabalho, o(a) usuário(a) precisa contar também com todo o suporte emocional possível, por parte dos seus amigos, familiares ou da empresa onde trabalha.
Como as empresas podem contribuir?
- Com a criação de programas de prevenção para dependentes químicos, capazes de identificá-los e encaminhá-los para um tratamento adequado;
- A propagação de informações e campanhas sobre o uso de álcool e drogas, para os funcionários e seus familiares;
- Incentivar a reinserção do dependente químico na empresa, na família e na sociedade;
- Apoiar o funcionário que possui um familiar dependente.
Portanto, a dependência química é um problema social que pode ser combatido e diz respeito a todos nós, de forma direta ou indireta. Por isso é tão importante falarmos sobre esse assunto e reconhecermos quando alguém, que pode estar ao seu lado, precisa de ajuda.