Natal e Final de Ano: a melhor receita de vida é a sua

Você já reparou que todo final de ano é aquela mistura de correria, que se soma às confraternizações, saudade de alguém especial e necessidade de se fazer um balanço sobre algo que fizemos ou deixamos de fazer?
É como se a virada de ano trouxesse à tona tudo de bom e de ruim que foi vivido durante aqueles últimos 12 meses, além da “obrigatoriedade de ter que se sentir feliz”, o que pode até ser prejudicial para a saúde mental.
Fazer uma retrospectiva vez ou outra sobre o que viveu é reconhecer sua história e praticar o autoconhecimento, com todos os acertos ou erros que o compõe, acompanhado de sentimentos de tristeza, angústia, orgulho ou alegrias, porque o tom da sua vida quem determina é você.
Em entrevista para o jornal digital GZH, o médico psiquiatra Nélio Tombini, autor do livro “A Arte de ser infeliz: desarmando armadilhas emocionais”, explica que a mídia e a publicidade, aliadas às redes sociais, são algumas das principais responsáveis pelo que ele chama de “exagerar uma performance de felicidade que é fictícia”.
No seu vídeo sobre o sofrimento do Natal, Tombini afirma inclusive que “as pessoas erram ao ir para a data como se fossem para um acerto de contas com o próprio passado, ou com pessoas em quem depositamos expectativas que não foram correspondidas”. E propõe que, ao invés da troca de presentes, o Natal poderia ser uma excelente “oportunidade para presentear a si mesmo e aos outros com palavras gentis e acolhedoras. Transformar pensamentos em palavras e ações é a maior potência do ser humano”, defende.
Outra dica de ouro, na sua opinião, é aprender a manter o bem-estar e a saúde mental praticando pequenos gestos por si mesmo o ano todo.
“O sujeito que consegue ser menos guiado pelas emoções e pensar melhor sobre o que está se passando com ele e com os outros, briga menos, se irrita menos, é mais cuidadoso, ouve melhor. Eu, particularmente, só dou presente de Natal para crianças. Com a minha família, estimulo que se presenteie com palavras. Quem quer dizer alguma coisa? Fala um pouco do que sente, do que pensa a respeito de si ou do outro, seja um elogio ou um mesmo um aborrecimento. Fale de três a cinco minutos e terá dado e recebido um bom presente de Natal”, sugere Tombini.
Somado a isso, é preciso considerar também que o “passado não volta”, seja ele bom ou ruim. E que sendo assim, o melhor a fazer é estar cercado das melhores companhias ao seu redor, incluindo a sua, e planejar-se para o ano novo que inicia, nem que para isso você precise fazer uma lista de metas consigo mesmo a cumprir.
De preferência, pense em colocar primeiro no papel os objetivos “fáceis” de cumprir, ou em outras palavras, com execuções que dependam principalmente de você para se concretizar. Depois você pode ir aumentando a complexidade, sem deixar de acrescentar também o prazo para cada uma dessas maneiras e as etapas que precisarão ser vividas para se chegar aos resultados esperados.
E se algo der errado durante algumas dessas rotas, considere sem lamentar a necessidade de ajustar seus planos, adaptando-os a uma nova realidade, que talvez não dependa de você. Afinal, a vida é dinâmica e não há como pular algumas etapas.
O mais importante entre a virada de um ano e outro é NÃO SE PERDER DE VISTA e a melhor forma para isso é: priorizar os seus sonhos, ouvir suas emoções, respeitar e acolher os seus momentos tristes e difíceis, e fazer o que mais gostar entre uma tarefa ou outra.
Que a sua bagagem para o Natal e para o novo ano seja repleta de saúde emocional, lições aprendidas, fé e espaço para as novas experiências e aventuras que 2023 lhe reserva.
Até o ano que vem!
Por Elaine Medeiros, jornalista e psicóloga