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Qual a relação entre a saúde mental e as doenças crônicas?


Você sabia que os cuidados com a saúde mental também interferem no tratamento de doenças crônicas como o Diabetes tipo 1, Lúpus, Fibromialgia, Vitiligo, entre outras que lentamente vão se desenvolvendo no decorrer da vida?


Muitas dessas doenças crônicas possuem causas desconhecidas. Mas é possível constatar, conforme estudos, a importância de redobrar o cuidado com a saúde mental para obter maior controle emocional em relação aos seus sintomas, saber lidar com as limitações e assim conquistar uma melhor qualidade de vida.


O Lúpus, por exemplo, é uma doença inflamatória com sintomas em diversos órgãos, que se manifesta com manchas na pele e apresenta inúmeros sintomas como emagrecimento, perda de apetite, fraqueza, desânimo, dor nas juntas, hipertensão e problemas nos rins.


Diante da convivência diária com enfermidades como essa, manter a saúde emocional em equilíbrio é fundamental, além do tratamento recomendado por um especialista. O apoio de ambos em alguns casos chega a reduzir a frequência dos sintomas e ajuda a pessoa a estruturar seu cotidiano, sem a interferência da doença.


Sabemos que lidar com dores frequentes chega a ser exaustivo e desanimador. Por isso, o especialista e neuropsicólogo Fábio Roesler destaca em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo, que o aspecto emocional das doenças crônicas precisa ser levado em consideração.


“Essa condição pode levar à depressão e a transtornos de ansiedade. Isso decorre da cronicidade das dores e do difícil diagnóstico que, a partir da clínica médica, envolve sempre um aspecto psicológico. Então, o paciente, às vezes, se culpabiliza por ter a Fibromialgia, como se algo ali fosse de sua responsabilidade”, quando na verdade não é.


De forma geral, para o tratamento das doenças crônicas recomendam-se terapias multidisciplinares, envolvendo não só a procura por um especialista, mas também o apoio de um psicólogo que possa ajudar a pessoa a lidar com esse problema crônico, seu tratamento e a construção de uma nova rotina.


Na mesma matéria, o reumatologista da Rede de Hospitais São Camilo SP, Levi Jales Neto, esclarece inclusive o quanto as emoções influenciam no aumento dessas doenças e vice-versa. “Baseados em estudos científicos na área da neurociência observa-se que o fator ‘estresse crônico diário’ e, principalmente, a forma como reagimos ao estresse emocional desencadeia uma neuroplasticidade cerebral (mudança nas conexões dos neurônios)”.


Com o passar do tempo esse processo reduz a fabricação dos “hormônios do prazer” (como dopamina, serotonina e oxitocina) e a pessoa com a doença crônica torna-se cada vez mais sensível aos estímulos dolorosos, se não tiver os devidos acompanhamentos e orientações profissionais.


Portanto, cuidar da saúde mental é uma forma de se fortalecer para enfrentar os problemas físicos, ressignificar a vida após o diagnóstico e perceber, com o passar do tempo, que é possível continuar a trabalhar e realizar cada plano ou sonho, independente da doença.


Por Elaine Medeiros, jornalista e psicóloga

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