Você sabia que o TDAH também tem os seus pontos fortes?

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) atinge aproximadamente 4% da população mundial e cerca de 2 milhões de pessoas somente no Brasil.
Detalhe: ao contrário do que muitos pensam ele não atinge somente as crianças. Alguns adultos podem ter TDAH sem nunca terem sido diagnosticados, gerando uma subnotificação, além de sofrimento no ambiente de trabalho ou fora dele, por muitas vezes apresentarem sintomas que aos olhos dos outros soam como defeitos.
Até onde se sabe, esse tipo de transtorno neurobiológico é causado por uma predisposição genética e alterações químicas nos neurotransmissores, ao ponto de afetar a memória, a capacidade de gestão do tempo, a concentração, e causar a hiperatividade (inquietação e impulsividade).
O lado bom dessa história é que ele tem tratamento (geralmente com psicoterapia e medicação adequada) ao ponto da pessoa conseguir reverter os seus efeitos em qualidades e pontos fortes, como por exemplo:
- Utilizar seus impulsos para trabalhar com mais “paixão”;
- Gostar e dar preferência por funções mais intensas;
- Aproveitar a energia que possui para ser mais criativo e prático;
- Assumir mais desafios;
- Se adaptar a funções estruturadas.
É claro que para obter todos esses resultados, a pessoa com TDAH precisa não só seguir um tratamento como também construir uma mudança em seus hábitos diários e perspectivas.
A hiperatividade, por exemplo, quando elaborada melhor em terapia pode ser convertida em perseverança sobre algo que desperte o interesse da pessoa com TDAH. Já a falta de concentração e impulsividade podem ser transformadas em flexibilidade e capacidade de considerar diferentes pontos de vista, dando margem a uma maior criatividade.
Portanto, pessoas com esse transtorno podem ser tão criativas, obstinadas e empáticas quanto qualquer outra, desde que realizem o tratamento adequado ou em alguns casos, treinamentos que levem ao desenvolvimento de habilidades. Um exemplo disso são as pequenas ações que elas podem praticar no dia a dia, como:
- Estabelecer uma rotina por ordem de prioridades, de preferência anotando em uma agenda ou utilizando aplicativos que ajudam a gerenciar melhor o tempo e as metas diárias.
- Se sociabilizar ao invés de isolar-se, construindo uma rede de apoio formada não só por profissionais da área, mas também por amigos e familiares com quem a pessoa possa falar abertamente sobre o problema. Isso pode ajudá-la a lidar melhor com as dificuldades.
- Considerar uma superação de cada vez, procurando não se cobrar tanto. Planeje-se, adapte-se e busque trabalhar e se desenvolver de acordo com as suas capacidades.
E o mais importante, com ou sem TDAH, procure manter um ritmo de vida saudável, que inclua a prática de atividade física, dieta balanceada e hobbies que te proporcionem prazer e qualidade de vida, elementos essenciais em qualquer circunstância.